quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Carta náufraga

Queixo-me do tédio.
Escrevo a ti uma carta que está fadada a permanecer quieta, silenciosa, queimando no baú das emoções. Se bem conheço meu próprio hábito de fazer confidências às gavetas, esta carta permanecerá aqui, comigo.
Sei que é próprio dos românticos escrever cartas que jamais enviarão, mas esta está aqui apenas para testemunhar mais um naufrágio.
Esta noite foi mais uma daquelas noites em que o sono escapou-me, o riso tomou-me de repente e as horas passaram devagar.
No passar das horas pensei em escrever-te algumas linhas, cheguei a ouvir as músicas que escutávamos juntos, rabisquei alguns versos bobos, românticos... devaneios meus.
É estranho dizer isso, mas não sei se ainda há realmente alguma forma de romantismo em mim. Talvez haja aqui alguma coisa meio despeitada, que recusa-se a calar-se, que torna-se louco, insurgido, impuro talvez.

(...)

Um comentário:

Anônimo disse...

...mexeu comigo...uma saudade sufocada e que deseja gritar, mas parece melhor ficar quieta...